Pesquisa CNT mostra perfil do passageiro e mudanças em seu comportamento

09/09/2024 |

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresentou, no segundo dia do Seminário Nacional NTU 2024, a Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, que mostra o perfil dos usuários de transporte público no Brasil. A apresentação foi feita pelo diretor executivo da entidade, Bruno Batista.

Comparando dados de mobilidade urbana entre os anos de 2017 e 2024, o documento oferece um quadro das mudanças de comportamento dos usuários de transporte público. A utilização do ônibus caiu, entre os pesquisados, de 45,2%, em 2017, para ­atuais 30,9%. O aumento do uso de veículos próprios, especialmente entre as classes B e C, o adensamento das áreas urbanas, as grandes concentrações populacionais, o aumento do acesso à internet e a consequente facilitação de implantação de sistemas de home office, a falta de prioridade para os coletivos nas vias foram apontados como alguns dos fatores que provocam essas mudanças e dificultam um planejamento eficiente para adequação do transporte às necessidades dos passageiros.

Bruno Batista falou sobre as transformações ocorridas no setor e a necessidade de conscientização do empresariado de que, “enquanto empresas do meio, precisamos entender que somos insubstituíveis para a mobilidade urbana, seja por trabalho, lazer, saúde ou outros motivos, e, quando entendemos isso, precisamos ouvir o nosso cliente e aperfeiçoar o nosso trabalho”.

A pesquisa demonstrou que, nos últimos anos, quase dobrou o percentual de passageiros que consideram o transporte um dos principais problemas urbanos. Mais de 13% dos usuários deixaram de usar ônibus. Desses, 63% considerariam voltar a utilizar o modal, caso houvesse melhorias em conforto, flexibilidade e fre­quência dos serviços.

O transporte público aparece em terceiro lugar entre as maiores preocupações urbanas dos pesquisados, atrás apenas de saúde e segurança pública. Batista considerou que só políticas públicas bem conduzidas poderão resolver as demandas da população por mais linhas, horários flexíveis e implementação da tarifa zero. Entre as propostas apresentadas para reversão da queda de passageiros do transporte público, defendeu a racionalização das redes, os programas de financiamento para infraestrutura permanente e a melhoria da governança por meio de autoridades metropolitanas.

A vice-presidente do Conselho de Inovação da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Luciana Herszkowicz, reforçou a necessidade de maior comunicação com os passageiros, de focar na informação de que ele pode voltar para o sistema e procurar entender sua experiência com o serviço de transporte.

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