Pesquisa mostra relação entre viagens no transporte por ônibus e saúde na RMRJ

19/12/2024 |

Apesar do número cada vez maior de pessoas que se mudam para os grandes centros urbanos, viver numa metrópole não é fácil. O índice de ruídos, as lotações em postos de serviços, lojas, restaurantes, a pressa sempre presente, as ruas apinhadas, o trânsito… Quem vive numa cidade grande reconhece cada um desses itens como parte de sua rotina. E também conhece de perto problemas como ansiedade, depressão, sensações de exaustão, desânimo e até de pânico.

Mas qual será o peso desse dia a dia corrido na saúde das pessoas? Existe, por exemplo, algum estudo sobre o tempo dos deslocamentos no transporte público e suas implicações na saúde dos trabalhadores que o utilizam? Se estamos falando sobre a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), podemos dizer que sim. Acaba de ser apresentado, no 21° Congresso Rio de Transportes, na capital fluminense, o “Estudo de Impacto do Tempo de Deslocamento no Transporte sobre a Saúde Ocupacional da População Economicamente Ativa na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”. O trabalho foi conduzido pelo Laboratório de Otimização e Sistemas de Informações Geográficas (OPTGIS) da ­Coppe/UFRJ, e é o segundo realizado pela instituição de ensino com o objetivo de contribuir com a qualidade do sistema de transporte da RMRJ. Incluiu pesquisa de campo, quantitativa, para verificação da correlação entre o tempo de viagem e a incidência de problemas físicos e/ou mentais; pesquisa qualitativa com especialistas em saúde, a fim de elencar possíveis doenças ou problemas de saúde associados a longos períodos no trânsito; pesquisa qualitativa realizada com grupo de escuta e diálogo sobre sua percepção de como o tempo de deslocamento afeta produtividade, saúde e bem-estar; e revisão bibliográfica da literatura nacional e internacional sobre essa associação entre tempo de viagem e incidência de problemas físicos e/ou mentais.

 

Ônibus é principal meio utilizado

Na Região Metropolitana do Rio, o meio de transporte mais utilizado pela população é o ônibus, e por isso o estudo focou nesse modal para dimensionar o impacto de uma rotina de viagens longas na saúde e qualidade de vida das pessoas, segundo avaliação dos próprios passageiros e de profissionais da saúde. O estudo recomenda medidas para melhorar o transporte público e será apresentado a autoridades e especialistas em mobilidade urbana, com o intuito de contribuir para o planejamento de políticas públicas.

A metodologia utilizada na pesquisa de campo buscou garantir a sua representatividade e, por isso, foram selecionados municípios levando-se em conta a importância geográfica e estratégica e os índices demográficos. Para a aplicação dos questionários, foram identificados pontos de maior movimento, como áreas de comércio intenso, calçadões e praças. Disponibilizaram-se questionários on-line, a fim de aumentar a abrangência da pesquisa. Cerca de 2.800 pessoas foram ouvidas, entre os dias 2 e 12 de setembro de 2024, nos seguintes municípios da Região Metropolitana: Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Niterói, São João de Meriti, Magé, Itaboraí, Maricá, Mesquita, Nilópolis e Japeri.

A maioria dos entrevistados (94,99%) declarou ser usuária de transporte público. Aqueles que utilizam transporte individual (automóvel, motocicleta, transporte por aplicativo) e transporte ativo (a pé ou de bicicleta) representam apenas 5,01%. Essa diferença se explica pelo fato de os não usuários do transporte público, em grande número, terem deixado de concluir os questionários. Na distribuição dos passageiros por todos os modais, o ônibus aparece como o principal, com 63,45%, seguido pelo trem, com 16,13%, pelo BRT, com 7,19% e pelo metrô, com 4, 22%. Ressalte-se que, dentre os usuários de transporte público, o ônibus representa 66,79% do total (vide gráfico abaixo). O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com erro máximo de 1,96%.

 

Distribuição dos pesquisados por modo de transporte

Os percentuais apresentados no Gráfico 1 (abaixo) mostram a importância do ônibus para a rotina dos trabalhadores fluminenses, o que se deve à rede disponível, que chega aos locais considerados como centralidades, mas atende também as periferias, sendo o meio de maior abrangência.

 

Perfil do passageiro de ônibus na RMRJ

A faixa etária predominante nos ônibus é de pessoas entre 25 e 54 anos. Os homens são maioria, com 54,49% de participação, enquanto as mulheres representam 45,83%. Um percentual de 0,68% não se identificou quanto ao gênero. Em relação à renda familiar, 79,93% afirmaram estar na faixa de até dois salários-mínimos. Entre dois e três é a faixa de 16,52% dos entrevistados e apenas 1,07% recebem mais de cinco salários-mínimos. Os que estão empregados representam 75,87%, contra 24,13% que afirmaram não estar trabalhando no momento. Dentre os que declararam ter alguma atividade remunerada, 58,69% têm carteira assinada. Os autônomos representam 23,70%, e os profissionais liberais, 7,58%. Os pesquisados que responderam trabalhar de forma presencial chegaram a 95,84%, enquanto 3,64% adotam o modelo híbrido e apenas 0,52% trabalham remotamente. Em relação à escolaridade, 37,26% completaram o ensino médio. Os que têm curso superior completo, incompleto, pós-graduação completa ou incompleta, somam 28,41% dos respondentes.

 

Perfil das viagens

A capital é responsável pela maior parte dos deslocamentos, apontada por 58,69% como origem das viagens, e por 49,32% como destino. São Gonçalo (11,16%), Duque de Caxias (6,76%), Belford Roxo (5,81) e Niterói (5,64%) seguem a capital, como locais de origem das viagens. Como destino, vêm depois da cidade do Rio os municípios de Niterói (8,29%), São Gonçalo (6,71), Nova Iguaçu (6,60%) e Duque de Caxias (5,07%). Os demais têm participação abaixo de 5% no resultado da pesquisa.

Já com relação à frequência dessas viagens, 47,69% declaram viajar de três a cinco vezes por semana. Os que utilizam o ônibus diariamente representam 31,85% dos pesquisados. Os números ratificam a importância desse meio de transporte público para os habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a necessidade de que ele atenda aos anseios da população da melhor forma possível.

Quanto ao motivo que provocou o deslocamento, o trabalho foi apontado por 78,02% dos entrevistados, seguido por saúde, com 8,23%; estudo, com 8%; e lazer, com 4,62%. Perguntados sobre o tempo de viagem, a maioria (65,11%) declarou ser inferior a uma hora. Porém, há uma parcela significativa (27,56%) que informa levar de uma a duas horas, e 6,48% dizem gastar entre 2 e 3 horas em seus deslocamentos.

 

Qualidade de vida x transporte por ônibus

O Gráfico 2 (abaixo) demonstra que mais da metade das pessoas ouvidas (54,17%) disseram sentir que os deslocamentos causam impacto em sua qualidade de vida. Para 45,83%, no entanto, não há essa percepção , embora isso não indique que ele não exista. Quanto mais demorada e frequente é a viagem, maior a sensação de perda de qualidade de vida. Aqueles que dizem se sentir impactados, relatam perceber diferenças no humor, no bem-estar mental e físico e reclamam de ter menos tempo livre para atividades sociais. Outros dizem se perceber menos produtivos no trabalho.

Um dos fatores mais estressantes para quem utiliza os ônibus em seus deslocamentos é a ocorrência de congestionamentos de trânsito. Os passageiros que os enfrentam, mesmo que não por muito tempo, consideram que há queda de qualidade de vida, independentemente da frequência.

A pesquisa também analisou as diferenças entre quem usa o transporte integrado e o transporte direto. Embora as percepções sejam bastante semelhantes, os que usam a integração tendem a ter foco maior na questão da produtividade e do tempo livre. Aqueles que usam o transporte direto, por sua vez, tendem a sentir impacto maior no humor. O efeito se explica por um tempo maior num único veículo, a sensação de monotonia da viagem, agravada, muitas vezes, por congestionamentos, ruídos etc.

 

Impacto na qualidade de vida x frequência e tempo de deslocamento, na percepção dos passageiros

A pesquisa coletou dados sobre o tempo que as pessoas levavam no ônibus e as inquiriu sobre o sentimento de haver correlação desse tempo com a maior ou menor qualidade de vida. Note-se, no Gráfico 3 (abaixo), que, quanto mais longa a viagem, maior a percepção dessa influência.

 

Saúde na percepção do passageiro

O estudo ouviu os relatos dos problemas de saúde dos pesquisados nos últimos cinco anos, e a provável ligação com o transporte, segundo os próprios usuários do transporte por ônibus. Os problemas mais relatados foram dores de cabeça (32,09%), dores no corpo (21,44%), ansiedade (19,16%) e irritabilidade/estresse (12,36%). Diante da pergunta sobre sentir ligação entre esses problemas e os deslocamentos no transporte público por ônibus, 62,43% optaram por responder “Sim, acredito que meu problema de saúde está relacionado”. O estudo verificou ainda as diferenças entre transporte direto e integrado, frequência das viagens e tempo nos deslocamentos. Um item interessante é a maior ocorrência de problemas cardiovasculares nos passageiros cujas viagens levam mais de ­duas horas. Isso poderia ser explicado pelo longo tempo na mesma posição.

 

Percepção dos especialistas: saúde mental

Participaram da pesquisa profissionais das áreas de Medicina, Enfermagem, Psicologia e Fisioterapia, com especializações diversas, além de pesquisadores e estudantes. A maioria (67,62%) tem mais de 10 anos de experiência. Os questionários foram dirigidos a especialistas na área mental e às demais, a fim de se perceber diferenças nos campos físico e psicológico. Os formulários foram disponibilizados também digitalmente, e a pesquisa com os profissionais de saúde se deu entre os dias 24 de setembro e 5 de outubro.

A análise mostrou que períodos longos no trânsito e viagens frequentes e exaustivas no transporte público têm efeito significativo no bem-estar e esse tipo de rotina está associado ao aumento de casos de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e a sintomas de desânimo, estresse e esgotamento emocional. Há vários relatos de pacientes com sensação de perda de tempo, falta de produtividade, agravadas por exaustão física e mental. Esse quadro diminui a capacidade de participação em outras atividades, afetando a qualidade de vida. Tempos de viagens superiores a 40 minutos podem agravar problemas de ansiedade, depressão e estresse de forma significativa ou moderada. Os especialistas relatam que a rotina de longas viagens de retorno à casa, e o chegar em horário tardio afetam a qualidade do sono e a saúde mental dos pacientes. Há uma necessidade de buscar entretenimento antes de ir dormir, mesmo que de forma rápida, o que retarda o horário do sono, prejudicando a entrada em sono profundo, onde a atividade cerebral é menos intensa. Acordar mais cedo e ir dormir mais tarde em decorrência de viagens demoradas casa-trabalho-casa provoca estado contínuo de alerta, ou hipervigilância, o que leva a aumento do estresse e da ansiedade. O acúmulo de sono aliado a esse desgaste emocional pode ter consequências como quadros de tristeza, desânimo e dificuldade de concentração, criando um círculo vicioso prejudicial à saúde mental. Veja no Gráfico 4 (acima) as queixas de pacientes usuários do transporte público.

A maioria dos especialistas pesquisados (62,5%) disse recomendar mudanças nos hábitos de transporte, a fim de aliviar sintomas provocados por longas jornadas de deslocamento, como adesão a trabalho remoto e até mudança de emprego ou local de trabalho. A adoção de atividades físicas diárias e de alternativas como ler ou ouvir música a bordo também são recomendadas para equilibrar os níveis de estresse. Em alguns casos, chegou -se a sugerir criação de redes de apoio, como locais para pernoite, a fim de diminuir as distâncias. Mas, na grande maioria das vezes, não há como fazer alterações tão drásticas. Assim, segundo os especialistas, a sobrecarga de tempo no transporte acaba levando ao acúmulo de responsabilidades para os fins de semana, o que diminui o tempo de relaxamento e lazer.

 

Percepção dos especialistas: saúde física

Os principais prejuízos físicos associados a longos períodos no trânsito/transporte foram as dores e tensões musculares nas pernas, costas, nos membros inferiores. Lombalgias, lombossacralgias, cefaleias (dores de cabeça) tensionais, dores nas articulações, fadiga ocular e cansaço generalizado foram outras consequências citadas.

Apesar da opinião dos especialistas, o resultado da pesquisa mostra que o assunto é pouco discutido, pois 69,23% dos profissionais ouvidos declararam nunca ter discutido o impacto provocado por longos períodos no trânsito com seus pacientes. Entre aqueles que já abordaram (30,77%), a maior parte é da área de Enfermagem (23,08%).

Perguntados sobre se recomendam mudança na rotina de transporte dos pacientes, 61,54% responderam negativamente, sendo 30,77% de médicos, 22,08 de profissionais da Enfermagem e 7,69% de fisioterapeutas. O dado reforça a falta de discussão sobre o assunto e a importância de se fazer a associação entre o transporte e a saúde. Entre aqueles que recomendam mudanças, essas incluem atividades relaxantes durante o trajeto, consumo de alimentos mais saudáveis, uso de roupas confortáveis e caminhadas sempre que possível – saltar da condução um ponto antes e terminar o trajeto a pé, por exemplo. O uso de transporte ativo, de acordo com a distância, também é considerado uma boa alternativa. No entanto, a adesão dos pacientes a esse tipo de indicação é baixa.

 

Sensação de falta de segurança pública causa prejuízos emocionais

Fatores como o cansaço e a irritabilidade podem afetar a concentração e a capacidade de aprendizado, o que, por sua vez, pode levar à sensação de fracasso e prejudicar a autoimagem. Efeitos emocionais e psicológicos também foram apontados como consequência da falta de segurança pública no transporte. À pergunta “Os problemas de segurança pública encontrados no trânsito/transporte podem influenciar a qualidade de vida dos pacientes?”, 35,29% responderam afirmativamente, destacando prejuízos emocionais/psicológicos; o mesmo percentual apontou danos à produtividade e desempenho profissional, enquanto 22,53% citaram a vida social e familiar.

 

O que pode melhorar, segundo os passageiros

Perguntados sobre medidas que poderiam melhorar sua experiência no transporte, os passageiros sugeriram, como principais anseios: aumento da fre­quência dos veículos; mais segurança (menos risco de assalto); melhorias como assentos mais confortáveis e ar-condicionado; redução do tempo de espera; menor tempo de viagem; limpeza e higiene; e menos congestionamento.

 

Grupo de escuta: pesquisa qualitativa

O grupo de escuta e diálogo, realizado em 12 de novembro de 2024, baseou-se em metodologias usadas em pesquisas e estudos do WRI para organização de escuta qualitativa no contexto do transporte público. Participaram 10 pessoas, com perfis distintos, garantindo a diversidade da amostra. A conversa foi organizada em quatro rodadas de perguntas, a partir de roteiro previamente elaborado. A maioria dos participantes faz viagens diárias e muitos deles fazem integração com outros modais de transporte público.

Na primeira rodada, os termos utilizados para definição do transporte deixaram evidente a insatisfação com o serviço. Alguns o taxaram de cansativo e demorado, destacando uma sensação de exaustão física e emocional provocada pelo tempo da viagem e a lotação dos ­veículos. O custo, a desorganização e a falta de linhas de ônibus foram apontados como aspectos negativos da experiência no transporte. Na segunda rodada, os participantes foram incentivados a descrever um dia típico de deslocamento por ônibus, explicar o sentimento no final do dia e relatar se já notaram algum impacto físico ou emocional associado ao tempo gasto no transporte. Na terceira rodada, foram apresentadas imagens de situações cotidianas enfrentadas pelos participantes, o que provocou comentários e troca de experiências, com críticas, relatos de cansaço físico e mental e sugestões. Na quarta e última rodada, os participantes refletiram sobre possíveis mudanças no transporte público por ônibus e como poderiam melhorar a qualidade das viagens.

Essa etapa da pesquisa foi fundamental para o entendimento de como os passageiros percebem o serviço e quais as suas necessidades. O perfil diversificado dos participantes, de diferentes faixas etárias, classes sociais, escolaridade etc. permitiu o contato com experiências reais de utilização do transporte por ônibus cuja análise trouxe à baila uma série de questões críticas. A primeira rodada mostrou uma insatisfação generalizada com a qualidade do transporte público, com ênfase na precariedade da infraestrutura, na falta de organização e na tarifa, considerada alta em relação ao serviço oferecido. A segunda evidenciou o desgaste físico e emocional provocado pelos trajetos longos: cansaço, estresse, frustração, dores no corpo, além da perda de produtividade. A terceira rodada provocou reflexões sobre os congestionamentos diários e a importância de soluções como faixas exclusivas para ônibus, apesar da intensidade do tráfego urbano ainda ser um desafio. As experiências dos participantes mostram a urgência de mudanças na mobilidade urbana na RMRJ.

Ficou bastante clara a percepção do grupo de que há relação entre o tempo gasto com deslocamento e a qualidade de vida, assim como a expectativa de que a redução desse tempo possa permitir a realização de atividades físicas e uma maior interação social e familiar. As conversas e relatos de experiências mostraram a necessidade de se buscar soluções para a melhoria da infraestrutura, a fim de se reduzir o impacto psicológico e físico do transporte público. Segundo as considerações finais do estudo, “é possível concluir que a melhoria do transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro depende de ações integradas que envolvam a otimização dos serviços, investimentos em infraestrutura e a adoção de novas tecnologias. A partir dos dados coletados, fica claro que, para atender às expectativas da população, é imprescindível que políticas públicas de mobilidade urbana sejam pautadas nas demandas reais dos usuários, com o compromisso de oferecer um sistema mais eficiente, seguro, acessível e inclusivo”.

 

O que se pode deduzir

Fica evidenciada a influência de viagens frequentes em ambientes de trânsito pesado na saúde humana, uma vez que provocam irritação, cansaço, afetam o humor e ainda podem causar dores musculares e cefaleias tensionais. O acúmulo desses sintomas pode desenca­dear situações ainda piores, mas a pesquisa também mostrou que o assunto é pouco abordado pelos profissionais de saúde com seus pacientes. Podemos inferir que uma melhor mobilidade urbana pode significar menos gastos com saúde, profissionais mais ativos e motivados, melhor qualidade de vida. Para se conseguir melhorar a qualidade da mobilidade urbana, porém, são necessárias políticas públicas de melhoria das condições de trânsito, como prioridade para o transporte coletivo; incentivo à sua utilização; melhor planejamento da rede de transporte; conservação das vias; construção de abrigos e pontos de embarque capazes de oferecer conforto e segurança para os passageiros.

Concluindo, precisamos dar atenção ao fato de que a mobilidade urbana não é responsável apenas por deslocar pessoas de um local a outro, mas fazê-lo em condições saudáveis, de segurança, conforto, com previsibilidade de tempo de viagens, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. É importante destacar que o estudo se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODSs) de números 3 (Saúde e Bem-Estar), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), contribuindo para a implantação de políticas públicas de saúde, produtividade e inclusão urbana. Como na pesquisa anterior, a Coppe/UFRJ produz documento com recomendações de medidas para a melhoria do transporte, a ser disponibilizado para governantes e autoridades da área.

Após a apresentação da pesquisa no 21° Rio de Transporte,  pela professora Cyntia  Oliveira,  do Cefet-RJ, em 5 de dezembro, foi realizada mesa-redonda com moderação do  professor Glaydston Mattos Ribeiro,  da Coppe/UFRJ,  e  os  painelistas  Rodrigo  Tortoriello, consultor  em  mobilidade  urbana (Urucaia  Mobilidade  e  RT2  Consultoria);  Richele  Cabral,  diretora  de  Mobilidade  Urbana  da  Semove;  Gabriela  Barbosa,  psicóloga especialista em estresse e burnout; e Wilson Tayar, médico especialista em Medicina do Trabalho.

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